segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

ziguezague: desfiles incríveis, oficinas transitivas, conversas transversais

O 7º ziguezague acontecerá entre 20 e 23 de janeiro de 2010 e está com cara de “edição especial”. Artistas, curadores, pesquisadores e estilistas muito inspiradores estiveram presentes nas seis edições do evento, que instiga diálogos entre os campos da arte e da moda e promove diagonais entre reflexões e práticas. Mas, dessa vez, o clima extraordinário começou com confirmação da presença de Nelson Leirner, [www.nelsonleirner.com.br] artista intermídia, ziguezagueante no sentido mais potencializador da palavra. O pintor, desenhista, cenógrafo, professor, artista visual e realizador de happenings e instalações tem uma obra singular, marcada por forte abordagem política e por pegadas críticas muitíssimo inteligentes e bem humoradas. Tudo isso, somado a seu exercício formal surpreendente e provocativo, acabaram por delinear os conceitos que atravessarão as atividades desta edição do ziguezague, concebido pela pesquisadora Cristiane Mesquita.

Leirner abrirá o evento, numa das conversas transversais e terá como interlocutores o curador do MAM Felipe Chaimovich e a pesquisadora de moda Rosane Preciosa. O artista, que nomeou sua apresentação no ziguezague de Circunstâncias, pretende abordar sua trajetória, enfatizar sua relação com a moda e o uso dos artifícios desse campo em seu processo conceitual.

A mostra desfiles incríveis conta com a participação pesquisadores de diversas áreas e vai dialogar com algumas das questões mais interessantes do trabalho do artista. Quanto de mais? Quanto de menos? paradoxos do consumismo contemporâneo é o título da mesa que apresentará desfiles marcantes das marcas Zapping e Osklen e reunirá o redator publicitário e escritor João Anzanello Carrascoza e a psicóloga Tatiana Filomensky, especializada em tratamento de patologias ligadas ao consumo compulsivo.

Quem fechará os desfiles incríveis é o estilista Marcelo Sommer [www.doestilista.com.br]. Em conversa com a curadora Maria Montero, Sommer comentará dois momentos de sua trajetória, cujas temáticas são poetizadas pelo universo kitsch, em sintonia com diversas paisagens do universo Leirner.

As oficinas transitivas reforçam o clima de edição especial, por iniciar a série campeões de audiência: o retorno dos oficineiros que renderam grandes listas de espera. Dessa vez, quem volta é Mary Arantes Figueiredo, designer de acessórios singulares [www.marydesign.com.br], que propõe uma oficina sensorial. “Para comer com os olhos” vai contar com a participação de alguns convidados portadores de deficiência visual. A proposta de Mary evoca O Banquete, de Platão, dialoga com a Santa Ceia de Nelson Leirner e pretende celebrar na mesa do ateliê do MAM aquilo que a designer está chamando de “diversas formas de se alimentar, com os diferentes sentidos”.

Outras oficinas ampliam abordagens técnicas: os artistas Adriana Peliano e Nino Cais e o estilista Fabio Gurjão exercitarão colagem e estamparia com os participantes, explorando recortes que vão do cotidiano mais ordinário à múltiplicidade de Alice, no país das maravilhas, passando pelas vanguardas artísticas do começo do século XX.

A segunda conversa transversal vai reforçar o espaço para apresentação de trabalhos em trânsito entre arte e moda, recentemente finalizados ou em processo, constituído desde a última edição. Dessa vez, consumismo, criação e ética entrecruzam temáticas de ex-alunos de graduação, especialização e mestrado de diferentes instituições. Carolina Semiatzh e Teca Pasqua (NOVO/Senac São Paulo), Luciane Glaeser (Senac São Paulo), Regina Barbosa (Universidade Anhembi Morumbi) e Tatiana Rovina Castro Pereira (Faculdade Santa Marcelina) vão compartilhar suas experiências de pesquisa, assunto de grande interesse do público.

O ziguezague também apresenta um diálogo com o acervo do Museu, desta vez representado pela mostra de vídeos e curtas-metragens que ocupará as tardes do auditório do MAM. Além de documentários sobre Nelson Leirner, a mostra Mais ou menos: seis ou sete paisagens quantificadas parte do trabalho Sempre tem mais (DVD, 10’), do artista Tadeu Jungle, para apresentar alguns outros trabalhos que costuram números e imagens e revelam uma breve abordagem de paisagens relativas ao consumo contemporâneo.

O evento realizado pelo MAM e pelo Senac São Paulo conta com a presença de um público fiel composto por estudantes, pesquisadores e profissionais de arte e moda. Felipe Chaimovich, curador do MAM, destaca a importância da moda para a arte contemporânea: “a relação entre vida e arte é um dos temas norteadores da arte contemporânea. A moda torna-se, assim, uma interface de pesquisa privilegiada para artistas refletirem sobre a cultura atual, pois materializa comportamentos de diversos segmentos da sociedade. Ao participar do evento, o público terá acesso a uma discussão de ponta na cultura, tendo a oportunidade de aprender e criar.” Para o Senac São Paulo, centro de referência na área de moda, o ziguezague afirma o direcionamento da instituição em eventos que instiguem reflexões, reforçando a perspectiva de compartilhar experiências e consolidar conhecimentos.

A programação completa estará disponível nos websites do MAM [http://www.mam.org.br] e do Senac São Paulo [http://www.sp.senac.br] a partir do dia 10/12/09.

Inscrições a partir do dia 07/01/2010: ziguezague@mam.org.br e 5085.1313 com Patricia Naomi.

Inscrições gratuitas para DESFILES INCRÍVEIS e CONVERSAS TRANSVERSAIS Taxa de R$10 para OFICINAS TRANSITIVAS (20 A 25 VAGAS).

INSCRIÇÕES NA HORA DO EVENTO SUJEITAS À DISPONIBILIDADE DE VAGAS.

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